terça-feira, 27 de julho de 2010
A inspiração
Sempre tive medo de perdê-la. Hoje acordei e pensei que ela estava escondida entre os grossos cobertores. Nada. Busquei embaixo da cama, na sala, detrás da estante de livros, entre as roupas penduradas na área de serviço: ela não estava. Pensei que ela estava brincando de esconde-esconde comigo e que de repente, apareceria me estremecendo com seus beijos, como ela acostuma fazer especialmente naqueles dias sem sol. Não foi assim e as horas ameaçaram estourar todos os relógios. Fui ficando preocupado. Ainda ontem, senti seu calor morno, sua respiração grudada em mim. Sei que às vezes ela fica de cara comigo e foge. Um dia fui encontrá-la na beira da lagoa. Peguei sua mão e a convenci a voltar. Ela parecia triste. Não foi fácil, ela relutou, mas veio comigo até minha casa. Ficou quieta. Deitou na cama e ficou olhando para o teto branco, como descobrindo figuras invisíveis. De repente se levantou, abriu todas as janelas, deixou o sol entrar. Olhou para mim e jurou que jamais me abandonaria.
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