domingo, 6 de dezembro de 2009

Augusto Monterroso


Augusto Monterroso é o mestre do conto curto, da ironia e da sátira. É dele “O dinossauro”, o conto mais curto que eu conheço, de apenas sete palavras. Tito, como era conhecido carinhosamente, nasceu em 21 de dezembro de 1921 em Tegucigalpa, capital de Honduras. Aos quinze anos voltou para Guatemala. Mas ele se sentia guatemalteco. Foi por uma questão de tempo e acaso que nasceu em Honduras, mas não se sentia estrangeiro em nenhum lugar. “Da mesma forma que nasci em Tegucigalpa, a minha feliz chegada a este mundo, poderia ter acontecido na cidade de Guatemala. Questão de tempo e acaso... a partir da vitória da revolução sandinista, estive em várias oportunidades na Nicarágua, em nenhum momento passou pela minha mente que eu era um estrangeiro lá. E tenho sentido o mesmo na Costa Rica e em El Salvador”. Foi autodidata e leu os clássicos com paixão. Modesto e simples, amava as coisas, os animais e as palavras.
Desde 1944 mudou-se para o México onde escreveu a maior parte das suas obras. Foi diplomático do Governo guatemalteco de Jacobo Arbenz. Depois do golpe militar que derrubou Arbenz, Monterroso viveu no Chile. Admirador de Pablo Neruda, não conseguiu encontrar o poeta devido a sua timidez. “Pablo Neruda, de quem eu era admirador vivia no Chile enquanto eu estava lá, mas nunca me atrevi a visitá-lo” confessa Monterroso nas suas memórias. No Brasil foi traduzida sua obra “A ovelha negra e outras fábulas”. Tito morreu no México o dia 7 de fevereiro de 2003.

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O dinossauro

“Quando acordou, o dinossauro ainda estava ali”.

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O Espelho que não podia dormir

Havia uma vez um espelho de mão que quando ficava só e ninguém mais se olhava nele se sentia péssimo, como que não existia, e quiçá ele tinha razão, mas os outros espelhos debochavam dele, e quando pelas noites, eram guardados na mesma caixa do tocador dormiam tranquilamente satisfeitos, alheios à preocupação do neurótico.

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Epitáfio encontrado em el cementerio Monte Parnaso de San Blas, SB

Escribió una novela: dijeron que se creía Proust;
Escribió un cuento: dijeron que se creía Chejov;
Escribió una carta: dijeron que se creía Lord Chesterfield;
Escribió un diario: dijeron que se creía Pavese;
Escribió una despedida: dijeron que se creía Cervantes;
Dejo de escribir: dijeron que se creía Rimbaud;
Escribió un epitafio: dijeron que se creía difunto.

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El salto cualitativo

—¿No habrá una especie aparte de la humana —dijo ella enfurecida arrojando el periódico al bote de la basura— a la cual poder pasarse?
—¿Y por qué no a la humana? —dijo él.


Nube

La nube de verano es pasajera, así como las grandes pasiones son nubes de verano, o de invierno, según el caso.

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