quinta-feira, 22 de abril de 2010

Poema de chuva

Em dias assim, como este de hoje: nublado, com chuva, sem sol, sem sal, deveria ser proibido e ilegal sair de casa. Eu aproveitaria para redescobrir no teu corpo, os detalhes do universo: as estrelas de teus seios, o astro perto do teu calcanhar, o pequeno sol que alumbra teu centro, o vulcão que incendeia teu norte, o furacão que estremece teu sul. Eu iria de um pólo a outro e me arrastaria, como um anão sonolento, pela vastidão do teu território e recolheria com minha boca, cada fruto, cada folha, cada gota de tua chuva. Lá fora: o mundo se afogando e eu me deleitando nas tuas inundações.

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