domingo, 22 de março de 2009

O BEISEBOL, FIDEL, PELOTAS E EU - Parte I


O beisebol é pouco conhecido no Brasil. É um esporte submerso e para muitos, incompreensível. Joguei muito beisebol quando era menino em campos improvisados, à beira do lago de Manágua. Joguei muito em terrenos baldios e nas ruas do bairro. Uma bola, um pedaço de madeira e vários guris entusiasmados e “fanáticos” eram os elementos que juntos faziam possível os jogos mais fantásticos, só comparáveis aos jogos dos grandes times mundiais. Sabíamos de cor o nome de cada time.
Nesta semana descobri que está ocorrendo um campeonato clássico de beisebol, que começou em cinco de março. Surpreendi-me a mim mesmo magnetizado novamente, depois de tantos anos, por um jogo de beisebol.
Um dirigente da revolução sandinista na Nicarágua, disse uma vez que, o beisebol era o melhor que o império tinha deixado como herança. Mas o beisebol não foi inventado pelos gringos. Segundo sei o jogo é de origem irlandês.
De qualquer forma, nos Estados Unidos se joga um bom beisebol, até porque os melhores jogadores são escolhidos de times de muitos países latino-americanos. O nicaragüense Denis Martinez foi um dos melhores lançadores (pitcher), assim como muitos bons rebatedores da República Dominicana, Porto Rico, Venezuela, Colômbia.
Cuba tem um dos melhores times de todos os tempos. E muitas vezes os cubanos derrotaram ao time estadunidense. Os cubanos como os nicaragüenses adoram beisebol. O próprio Somoza, o ditador nicaragüense, até criou seu próprio time. O jogo de beisebol era extensão da política.
Há pouco, expliquei a Guillermo as regras de beisebol. Desenhei num papel o campo de beisebol, as bases e as posições dos jogadores. O menino cabeludo, atento, fazia comparações com as regras do futebol. Mas são jogos radicalmente diferentes. E a única forma de compreender suas regras é jogando.

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